quinta-feira, 25 de março de 2010

Procura-se Susan... desesperadamente?

Estou há dias, mais precisamente desde sábado, dia 20, pensando em escrever um texto e começar um novo blog. Pode parecer um grande erro, sendo que não tenho atualizado muito as minhas coisa internéticas, além do twitter. Ah, vá lá... também respondo aos amigos do facebook, porque gosto.

As ideias martelam minha cabeça e eu me sinto desesperada. Queria ter alguém e isso me mata. Seria legal dormir de conchinha, levar café na cama, tomar um porre de tequila ou de vinho bom ou até mesmo só deitar no colo e não falar nada, não fazer nada.

A verdade toda é que não consigo ficar sozinha. Isso já foi discutido com psicólogos, amigos e afins, e eu sei que preciso ficar um tempo comigo, sem pensar nisso.

As últimas tentativas doeram um pouco. Uma, que eu amo, está longe, tem ambições diferentes das minhas e depois de uma mensagem, puramente porque eu realmente queria tê-la comigo, resolveu a situação me deixando sem resposta.

Com a outra daria certo. Mas empecilhos, desencontros, encontros com outras e reencontros (porque não?) derrubaram o que poderia se estruturar. O fato todo é que estou cansada de beber sozinha e me esfregar com alguém numa balada qualquer. Cansada de provocações via twitter, cansada de conversas soltas no msn.

Quero um mundo real, que tenha uma Susan, uma Ana, uma Estela, uma Simone... alguém que tope dividir a minha louca vida (que é mais louca na reputação do que na realidade...)

Quero a vida como ela é, de Nelson Rodrigues, com um pouco menos de problema e com toda a intensidade.

Querer é um verbo que eu tenho usado muito, sabe?

Um comentário:

  1. É comprida, mas oportuna, serve de ilustração pro seu texto e eu AMO desde sempre e para sempre!

    O QUERERES - Caetano Veloso

    Onde queres revólver, sou coqueiro
    E onde queres dinheiro, sou paixão
    Onde queres descanso, sou desejo
    E onde sou só desejo, queres não
    E onde não queres nada, nada falta
    E onde voas bem alto, eu sou o chão
    E onde pisas o chão, minha alma salta
    E ganha liberdade na amplidão
    Onde queres família, sou maluco
    E onde queres romântico, burguês
    Onde queres Leblon, sou Pernambuco
    E onde queres eunuco, garanhão
    Onde queres o sim e o não, talvez
    E onde vês, eu não vislumbro razão
    Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
    E onde queres cowboy, eu sou chinês
    Ah! Bruta flor do querer
    Ah! Bruta flor, bruta flor
    Onde queres o ato, eu sou o espírito
    E onde queres ternura, eu sou tesão
    Onde queres o livre, decassílabo
    E onde buscas o anjo, sou mulher
    Onde queres prazer, sou o que dói
    E onde queres tortura, mansidão
    Onde queres um lar, revolução
    E onde queres bandido, sou herói
    Eu queria querer-te amar o amor
    Construir-nos dulcíssima prisão
    Encontrar a mais justa adequação
    Tudo métrica e rima e nunca dor
    Mas a vida é real e é de viés
    E vê só que cilada o amor me armou
    Eu te quero (e não queres) como sou
    Não te quero (e não queres) como és
    Ah! Bruta flor do querer
    Ah! Bruta flor, bruta flor
    Onde queres comício, flipper-vídeo
    E onde queres romance, rock?n roll
    Onde queres a lua, eu sou o sol
    E onde a pura natura, o inseticídio
    Onde queres mistério, eu sou a luz
    E onde queres um canto, o mundo inteiro
    Onde queres quaresma, fevereiro
    E onde queres coqueiro, eu sou obus
    O quereres e o estares sempre a fim
    Do que em ti é em mim tão desigual
    Faz-me querer-te bem, querer-te mal
    Bem a ti, mal ao quereres assim
    Infinitivamente impessoal
    E eu querendo querer-te sem ter fim
    E, querendo-te, aprender o total
    Do querer que há, e do que não há em mim

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