Estou há dias, mais precisamente desde sábado, dia 20, pensando em escrever um texto e começar um novo blog. Pode parecer um grande erro, sendo que não tenho atualizado muito as minhas coisa internéticas, além do twitter. Ah, vá lá... também respondo aos amigos do facebook, porque gosto.
As ideias martelam minha cabeça e eu me sinto desesperada. Queria ter alguém e isso me mata. Seria legal dormir de conchinha, levar café na cama, tomar um porre de tequila ou de vinho bom ou até mesmo só deitar no colo e não falar nada, não fazer nada.
A verdade toda é que não consigo ficar sozinha. Isso já foi discutido com psicólogos, amigos e afins, e eu sei que preciso ficar um tempo comigo, sem pensar nisso.
As últimas tentativas doeram um pouco. Uma, que eu amo, está longe, tem ambições diferentes das minhas e depois de uma mensagem, puramente porque eu realmente queria tê-la comigo, resolveu a situação me deixando sem resposta.
Com a outra daria certo. Mas empecilhos, desencontros, encontros com outras e reencontros (porque não?) derrubaram o que poderia se estruturar. O fato todo é que estou cansada de beber sozinha e me esfregar com alguém numa balada qualquer. Cansada de provocações via twitter, cansada de conversas soltas no msn.
Quero um mundo real, que tenha uma Susan, uma Ana, uma Estela, uma Simone... alguém que tope dividir a minha louca vida (que é mais louca na reputação do que na realidade...)
Quero a vida como ela é, de Nelson Rodrigues, com um pouco menos de problema e com toda a intensidade.
Querer é um verbo que eu tenho usado muito, sabe?
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É comprida, mas oportuna, serve de ilustração pro seu texto e eu AMO desde sempre e para sempre!
ResponderExcluirO QUERERES - Caetano Veloso
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim