quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quero o colo da dona Marina

Hoje é um dia daqueles meio tristes e que eu tenho a sensação de será igual em todos os anos, desde 2008. Hoje faz três anos que minha mãe nos deixou aqui. Isso vale?

Sim, ela estava sofrendo um tanto e não valia mais a pena ter de vê-la deste jeito. De qualquer forma, as imagens dos últimos momentos com ela, não saem da minha cabeça (e volto a repetir: acho que nunca sairão).

Para lembrar os momentos de alegria com ela (que também não vão embora, graças!), coloco abaixo um texto que fiz para uma campanha interna da Arisco. Era para ser uma história real de saudades. E tão real quanto essas saudades, tenho o amor que sinto pela minha mulher, pelos meus familiares e amigos/irmãos.

A foto que coloquei abaixo é do meu aniversário em 2007. Mãe: esse primeiro pedaço de bolo será sempre seu aí no plano espiritual, pode deixar!

As irmãs Luciana e Roberta Salles têm em comum o gosto por cozinhar. Esse gosto, não nasceu do nada. Fora aprendido com sua mãe, Marina Salles, que falecera em 2008.

Mineira, dona Marina sempre teve bom gosto pelos temperos, principalmente os caseiros. Assim, fazia questão de levantar mais cedo todos os dias para preparar a comida saborosa das meninas e dos outros irmãos.

Sempre cuidadosa, a mãezona não ensinara nada às meninas. Mas elas, por observação, aprenderam como ninguém a temperar qualquer tipo de comida. E foi a melhor escola. As duas filhas arriscam receitas sempre que podem e guardam, na cabeça, coisas que viam a mãe fazer todos os dias com o maior prazer.

Quando perdia o sono, lá estava dona Marina no fogão, para que todos acordassem com o cheiro delicioso de pão. O cheiro fazia inveja aos vizinhos, que ao comentarem com ela, sempre levavam um pouco para casa.

Também era de matar qualquer um de vontade os salgadinhos que ela fazia para festas, tanto da família, quanto os sob encomenda. E o molho especial de cebola? Nem Luciana, nem Roberta conseguem reproduzi-lo à altura. Tinha um sabor mais do que especial.

Com irmãos bem mais velhos, Luciana e Roberta cuidaram dela até o final. Pouco antes de falecer, ela já não conseguia mais cozinhar como gostava tanto. Além do aprendizado adquirido, as duas têm saudades de tudo que dona Marina deixou, pois, com ela, aprenderam mais do que a cozinhar bem: aprenderam a amar e respeitar aos outros sem que nada fosse dado em troca.